FUNERÁRIO

FUNERÁRIO

Figuro em meio à trama de terceiros

Como se fosse alguém n'alguma estampa.

Pequena personagem que pirilampa

Ao fundo dos actores verdadeiros.

Não comento seu actos derradeiros,

Tampouco quanto a morte aqui encampa.

Apenas cavo a cova; fecho a tampa...

Como é próprio do ofício dos coveiros.

Pois, com efeito, alguém tem-de enterrar

Àqueles que empesteiam o lugar

Após suas tragédias consumadas.

Eu deixo aos principais as suas galas,

Enquanto com as minhas poucas falas

Lhes ultimo as histórias desoladas.

Betim - 25 08 2022