Voando nas palavras

Minhas trevas afogam-se na língua,

Angústia da sede que se confisca,

- Sendo lânguido na taça da míngua,

Tomo tormento pelo qual à risca.

Obstetra: sempre opero na má-língua,

Palavreado da noite se pisca,

Na lua brilha a doce pasilíngua,

Assim trovo a sede que se petisca.

Morcegos sobrevoam boa sorte,

Nas asas da escuridão bastam-se,

E a mim, rastejo nas lamas da morte.

Na caverna voo por ser tão forte,

Sou a verdade tenaz; ajustam-se

Nos medos das bússolas e sem norte.

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 24/08/2022
Código do texto: T7589917
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