SONETO – Triste partida – 21.08.2022 (PRL)
SONETO – Triste partida – 21.08.2022 (PRL)
Não, não me dês esse lenço, que é ínfimo,
Para enxugar as gotas do meu pranto,
Preciso que suporte além dum dízimo,
Mas que seja tão grande como manto...
E por quem choro, que absorva em seu íntimo,
Essa lindura de ser, que alça encanto,
Que eu tanto o quero, e esse amor é legítimo,
Partir com ela não seria espanto!
Mas quando a sinto imóvel no seu leito,
Dá-me tristeza e resto constrangido,
Oro baixinho, e rogo ao Deus por ela...
Tão somente Ele pode armar meu peito,
Levar-me junto, o meu dever cumprido,
Pai, por que não curaste essa mazela.
SilvaGusmão
Minha velha partiu, foi embora para a eternidade, deixando-me num enorme vazio, incapaz de me caber nessa tristeza e tanta infelicidade. Um infarto agudo do miocárdio, fatal, que nem dera tempo de ela pedir por socorro. Seu nome jamais se apagará na minha memória (J A N E !).
FERNANDO BELINO, um extraordinário poeta das Minas Gerais, fez uma linda interação. Muito obrigado, caro Professor...Deus lhe Pague...ansilgus.
07:45 (há 22 minutos)
Bom dia, grande amigo. Acordei com a sua tocante mensagem e quase num turbilhão me veio à cabeça estes versos, que com todo respeito à sua grande dor, compartilho com você.
Sem ti
Não te esqueças daquele amor ardente,
Que já nos olhos meus tão puro viste. Camões
Pois é, Senhora, partes para o além,
depois de perfazer a caminhada.
E o meu desejo era seguir também,
ao lado teu, por esta nova estrada.
Viver sem ti nenhum sentido tem,
aqui na terra, não me resta nada!
E nada, agora, vou querer, além
de terminar, em breve, esta jornada...
A vida inteira em mares de alegrias,
seguro estive que me pertencias,
de corpo e alma entregue ao meu querer.
Mas, hoje, entendo, em minha dor sentida,
que eras dona de mim e, então, Querida,
com tua ausência não sei mais viver.
Fernando Belino