A CAIXA...

Não tenho medo das tuas palavras,

Mas dos teus olhos quando te calas,

Da tua face quando a minha encara,

Sem qualquer teor de sentimento.

O que mais me tortura e maltrata,

É sentir que no silêncio me atacas,

Como se de bom eu não tenha nada,

Ao contrário te lembre de sofrimento.

E perpetua sem dó impondo a marcha,

Em tua ira na qual assim me enquadra,

Como quem empareda no fuzilamento.

Não vê a própria culpa que só escarcha,

Tua memória, agora apenas vazia caixa,

Mas que não me concede o esquecimento.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 23/08/2022
Código do texto: T7588611
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