A CAIXA...
Não tenho medo das tuas palavras,
Mas dos teus olhos quando te calas,
Da tua face quando a minha encara,
Sem qualquer teor de sentimento.
O que mais me tortura e maltrata,
É sentir que no silêncio me atacas,
Como se de bom eu não tenha nada,
Ao contrário te lembre de sofrimento.
E perpetua sem dó impondo a marcha,
Em tua ira na qual assim me enquadra,
Como quem empareda no fuzilamento.
Não vê a própria culpa que só escarcha,
Tua memória, agora apenas vazia caixa,
Mas que não me concede o esquecimento.