VIDA INEXISTENTE

Não sinto mais a eternidade das palavras.

O meu coração, desfaleceu no mar sombrio...

Nas águas escuras e frias das metáforas;

A mente adormecida, sem nenhum desígnio.

Morro por vezes, ao decorrer dos dias...

A carne e os ossos, já não me sustentam;

Escrevo sobre os amores d'almas vazias.

Dos versos brandos, mãos que acalentam.

Oca por dentro, até a poesia me abandonou.

Estranho-me diante do espelho, nua e pálida,

O que eu era antes... Agora, não mais sou.

Inventando vida inexistente, já não sonho...

O que me é estanho, é carregar esse fantasma,

De um ser humano estúpido e medonho.

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 22/08/2022
Código do texto: T7588107
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