VIDA INEXISTENTE
Não sinto mais a eternidade das palavras.
O meu coração, desfaleceu no mar sombrio...
Nas águas escuras e frias das metáforas;
A mente adormecida, sem nenhum desígnio.
Morro por vezes, ao decorrer dos dias...
A carne e os ossos, já não me sustentam;
Escrevo sobre os amores d'almas vazias.
Dos versos brandos, mãos que acalentam.
Oca por dentro, até a poesia me abandonou.
Estranho-me diante do espelho, nua e pálida,
O que eu era antes... Agora, não mais sou.
Inventando vida inexistente, já não sonho...
O que me é estanho, é carregar esse fantasma,
De um ser humano estúpido e medonho.