DESCRENÇA
Vai-te embora néctar dourado e inútil,
Que a brisa te leve por essa noite!
Não mais enganas meu jardim que foi-te
Servo elégico nessa dança fútil.
A ti oferto "va" com agudo e til,
Falso sonho rasgado pelo açoite.
E após secaste o favo meu, vá e mói-te
Tu os ingênuos corações de outros mil!
Se amargas lágrimas choro contra ti,
É por saber que dentre as emoções
És a última atirada à morte!
Porém, levo do suplício uma herança,
Com a convicção dos quem tem visões,
Posso afirmar: "Nunca tenha esperança!"