DESCRENÇA

Vai-te embora néctar dourado e inútil,

Que a brisa te leve por essa noite!

Não mais enganas meu jardim que foi-te

Servo elégico nessa dança fútil.

A ti oferto "va" com agudo e til,

Falso sonho rasgado pelo açoite.

E após secaste o favo meu, vá e mói-te

Tu os ingênuos corações de outros mil!

Se amargas lágrimas choro contra ti,

É por saber que dentre as emoções

És a última atirada à morte!

Porém, levo do suplício uma herança,

Com a convicção dos quem tem visões,

Posso afirmar: "Nunca tenha esperança!"

Felipe Barroso
Enviado por Felipe Barroso em 21/08/2022
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