Afrodite
Só não podem sofrer por ti de amores
Puros olhos que nunca ousaram vê-la,
Mas, quem ousa ver, busca logo tê-la
Pra contemplar em ti os teus dulçores.
Prova em teus beijos mélicos sabores,
Quem os entorna sob o céu de estrelas.
E eu, abstêmio, aos poucos quero vertê-la
Me embriagando em tais doces licores.
A aflição que tens na alma enjaulada
Camuflas com palavras refinadas
E tua angústia não há quem credite.
Porém, quando te mostras mais profana
Choras, pois te vês com ares de humana,
Mas te inundas com ares de Afrodite.