A Agostinho de Hipona
“Perdão, meu Deus! Perdão…
Se neguei meu Senhor nos meus delírios
E um canto de enganosas melodias
Levou meu coração!”
(ÁLVARES DE AZEVEDO)
“Sero te amavi, pulchritudo tam antiqua et tam nova, sero te amavi!”
(CONFESSIONES, livro X)
Os mais tenros anos de minha juventude
Em meio a efemérides desperdicei –
Em meio a tantas… tantas… foi que procurei
Preencher minha interior incompletude.
Evaporou-se-me a vida e a saúde –
Aplausos, lauréis (nada mais…!) almejei…
Foi pelas vãs línguas do vulgo que pensei
Que atingiria da Fortuna a plenitude.
Quem dera como tu, santo venerável,
Pudesse eu desvendar a Deus e, enfim,
Saciar-me só com Sua glória inefável…
Meu rol de pecados, porém, não tem fim –
E, tendo ante Deus me tornado abominável,
Nele creio, mas Ele não crê em mim…