Dias adiados
Quantas palavras soltas pelos cantos,
Sem arrependimentos, sem perdões.
Quantas dores contidas, quantos prantos,
Deixados, esquecidos nos porões.
E quantos sofrimentos, desencantos,
Mágoas, tristezas e desilusões,
Abandonadas, sem seus acalantos,
Ignoradas, sem compreensões.
Há sempre amores não correspondidos;
Paixões amarguradas, nunca ditas
E sentimentos nunca percebidos.
E nessas procrastinações malditas,
A vida passa sem seus coloridos
E sem as suas vestes mais bonitas.