Versos e beijos
Em minha boca tenho um beijo e um verso
nascidos de um anseio sem medida;
beijo de agora, nunca em despedida,
verso de outrora, ainda incontroverso.
E rompem, verso e beijo, toda a brida,
congraçam-se em esforço bem diverso:
enquanto nesse vive o meu reverso,
naquele morre a angústia mais dorida.
Beijos e versos, o êxtase do ensejo,
fazendo corpos e almas consonantes.
perpetuando o gáudio que desejo.
Um verso, um beijo e a minha sorte extrema:
amar-te no infinito dos instantes,
dar-te, na boca, o meu audaz poema!
Do amigo Jacó Filho:
Esse amor retratado,
Desta forma tão bonita,
É a emoção descrita,
Em seu mais lindo estado...
Do amigo Solano Brum:
"INDECISÃO"
Ontem a noite, senti teu ósculo casual
No rosto, ao deixar-te, perto do portão!
Muito rápido e tímido; quase informal
Como quem o faz movido por gratidão!
Estar ao teu lado é uma ação normal
E benfazeja que me aquece o coração!
Sei que vives entre a cruz e um punhal,
Premida, contra a própria indecisão!
Por isso eu te peço: Não me beijes mais!
Não, até que tu resolvas os teus "ais"
E aprendas a gostar de quem te quer!
Beijas o rosto e tão perto está a boca
E meu receio é que, em atitude louca,
Eu prove o doce dos teus lábios de mulher!