Tarde demais...
Chegaste e a luz da noite quis te ver;
a lua suspirou por teu semblante.
Para sorver teu riso de prazer
fez-se, o silêncio, em átrio assaz sonante.
Chegaste, amor... a dádiva do ser!
E viu-se a graça incrível de um instante:
À luz da noite, a noite endoidecer,
do breu nascer alvor estonteante...
Busquei por ti num ermo flavo e rude,
sede no olhar, em ânsias a atitude,
nos lábios um desejo sem pudor.
Há tanto escureceu a minha aurora,
mas viva dor, em seca vida, chora:
Por que chegaste tarde, meu amor?
Do amigo Jacó Filho
TARDE DEMAIS
Pela espera frustrada,
Com a lua por testemunha.
Vi minh' alma arrasada,
E bem mais do que supunha.
Porque demorando tanto,
Provocou esse meu pranto,
E essa dor exacerbada,
Que minh' alma desapruma.
Pela espera frustrada,