Mocidade

Ardente mocidade, esplendorosa,

tempo de urgência, ousado e bravo dia,

dentre os espinhos colhe a rubra rosa,

ouve, da chuva, um canto de magia.

Essa que me cobriu de valentia,

que fez a minha tez audaciosa

e irmã da tempestade e da ardentia,

essa renasce em mim sem trave ou glosa!

Nas minhas veias há rubis vermelhos,

na minha boca, cravos encarnados,

e um fogo a esbrasear os meus espelhos.

Se a vida é fio e água na vertente,

o coração é templo de passados,

ama-me agora, amor... ardentemente!

Do amigo Jacó Filho:

A alma não se afeta,

Com o tempo impiedoso.

Inda mais se for poeta,

Com um corpo de idoso.

O espírito jovial,

Permanece natural,

E com forças de atleta.

Por esse dom valioso,

A alma não se afeta,

Com o tempo impiedoso.

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 15/08/2022
Reeditado em 27/05/2024
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