SEM SENTIDO!
Na estante empoeirada o meu diário
Segreda sentimentos e ilusões,
Confidente de um homem solitário
Jaz ali há muitos anos mil razões.
Nele dorme um amor cinquentenário,
Que no meu coração fez invasões,
As cenas de ciúme e um comentário:
Meu sofrer e as veladas alusões.
Detalhes que meu peito então sentia
E os ecos de minh'alma esperançosa
Daquele amor jamais correspondido.
A casa que eu sonhei está vazia,
Ninguém com quem trocar a minha prosa,
Só resta o meu diário... sem sentido!