Soneto aos pais
Do pai que tive ao que um dia seria
Jamais saberia a distância medida
Apenas uma imagem e memória doída.
Quando se foi, a morte não era o que previa.
Hoje me alegro com tantos que conviveram
Sinto prolongar-me nos filhos que tive
Agora a distância no horizonte que revive
E se prolonga nos netos que nasceram.
A vida aos poucos foi o ninho tecendo
Então o mistério do amor se concretiza
O tempo fiel aos poucos vai crescendo.
Desejo a dois como fruto da pura vontade
Diante de uma herança que se imortaliza
Nesse dia explode no meu peito a saudade.