O cadáver é que é o produto final. Nós somos apenas a matéria-prima. Millôr Fernandes
Humor surreal
De carne, e osso, e pinto, e colhão...
Unha, pelo, pentelho, boca e pé...
Com muita heresia e pouca fé,
Um homem cabe dentro do caixão.
A prole descendente de Adão,
Da vida, principal matéria prima,
Ainda hoje vive atrás de rima,
Que rime enfizema com pulmão,
Cadáver com velório e cemitério,
Os dogmas da fé e o mistério
Da morte e o pecado original...
Como Drummond Jamais rimou Raimundo,
Talvez rimar jazigo e moribundo,
Dê ao soneto um verso sem igual.