Armadilhas da vida
Sórdidos e melodiosos os sons que me arrepiam
Meu peito se contrai e minha pele que se inflama
Chiados e sopros me açoitam, meu corpo reclama
Transformo-me como camaleões que se arrediam.
Camuflam-se incrustados com as suas cores cruas
Tormentos e risos que bailam nas trevas dos medos
Das armadilhas da vida, entoadas num velho enredo
Que pavimentam as trilhas, passando leves e nuas.
Intangíveis vazios clamam pelas águas das vertentes
Que fluem do alto para os córregos e assim vão fluentes
Destilam, saciam as sedes precipitam-se nas cachoeiras...
Limpam e dispersam as sujeiras dos acordes ardilosos
Que rompem nossos tímpanos com calunias deleitosas
Desenclausuro-me do silêncio destituída e alvissareira.
Texto: Miriam Carmignan
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