Armadilhas da vida

 

Sórdidos e melodiosos os sons que me arrepiam

Meu peito se contrai e minha pele que se inflama

Chiados e sopros me açoitam, meu corpo reclama

Transformo-me como camaleões que se arrediam.

 

Camuflam-se incrustados com as suas cores cruas

Tormentos e risos que bailam nas trevas dos medos

Das armadilhas da vida, entoadas num velho enredo

Que pavimentam as trilhas, passando leves e nuas.

 

Intangíveis vazios clamam pelas águas das vertentes

Que fluem do alto para os córregos e assim vão fluentes

Destilam, saciam as sedes precipitam-se nas cachoeiras...

 

Limpam e dispersam as sujeiras dos acordes ardilosos

Que rompem nossos tímpanos com calunias deleitosas

Desenclausuro-me do silêncio destituída e alvissareira.

 

 

 

 

Texto: Miriam Carmignan

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Miriamcarmignan
Enviado por Miriamcarmignan em 06/08/2022
Reeditado em 06/08/2022
Código do texto: T7576483
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