De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. Rui Barbosa
Rui não ruiu!
Não se envergonhe, não, de ser honesto,
Pois a honestidade, embora perca
Para os poucos que vivem numa "cerca",
A maioria espera por seu gesto.
Não diga ao epelho: -eu não presto!
Pois que não há no mundo alguém perfeito.
Ninguém pode bater a mão no peito
E dizer: -sou só eu, o resto é resto!
Rui jamais ruiu frente aos canalhas.
E mesmo quem precisa de migalhas,
Não há de se entregar nas mãos dos maus.
É preciso lutar, mesmo com fome,
Contra erva daninha que consome
A honra, até o último degrau.