Nunca devemos lamentar que um poeta seja um bêbado, devemos lamentar que nem todos os bêbados sejam poetas. Oscar Wilde
O Bar de Dante
Bebia todo dia o dia inteiro
E vomitava dor e solidão.
Dormia com a boca no balcão,
A respirar o ar do próprio cheiro.
Fumava muito mais que o cinzeiro,
E tossia, pigarro com fumaça,
Enquanto a meninada achava graça
Do seu andar cadente costumeiro.
Sou poeta! Assim se definia.
E quanto mais poeta, mais bebia
E quanto mais bebia, mais poeta...
Até que numa noite de inverno,
Encontrou-se com Dante, no inferno,
E sua obra, enfim, está completa.