Uma vida no deserto

Frígido e acalentador é este deserto

Vida e morte escondem-se nesta poeira

Miragens dos sabores da Videira

Então é fome e sede o que há decerto

No horizonte não há ninguém por perto

Esta não foi tua decisão primeira

Procurou lar nos galhos da Figueira

Mas não há lar onde o coração é incerto

Lembranças do Castelo são nostalgia

dos bailes de onde descende a Cobiça

onde o alimento provém da autofagia

Seu adeus depois da ponte levadiça

tão real quando um truque ou magia

ou um passo firme na areia movediça