Página virada
Cala-se em mim, mais um página
Que nunca pode dizer preenchida
Cala-se vencida pela máquina
Massacrante que vence e intimida
Apática, desaparece esmaecida
Virada como se não existisse
Tão sem voz como sem vida
Cala-se em mim, mais um tolice
Fenece a indecência do querer
Num embornal abarrotado de lógica
Onde não cabia nada além do "ser"
Cala-se a inocência neurótica
Lúdicamente poética de viver
Arrancada na página simbólica