Barbárie

 

Ai! vinde ver a transição dolente

Do passado ao porvir, neste presente!

Vinde ver do Amazonas o tesouro,

A onda vasta, os grandes vales de ouro!

(Sousândrade /Joaquim de Sousa Andrade - O Guesa Errante, Canto Segundo, parte IV, Maranhão, 1832 — 1902)

 

Destino das nações originárias

Desta ameríndia inteira subalterna,

A dor que em cada qual palpita e hiberna,

No próprio chão tratadas como párias.

 

Vide o Amazonas! Guerras sanguinárias

Dessa barbárie – infinda Hidra de Lerna –

De si renasce e, enfim, se torna eterna,

Fonte de tanto horror, violências várias.

 

Mineração, garimpos, madeireiras

Do capital, o avanço das fronteiras

A conquistar as matas, rios, povos.

 

Ai! Vinde ver! Passado tão presente,

Os Yanomami, toda sua gente

A resistir, buscando rumos novos.

 

EDIR PINA DE BARROS

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 29/07/2022
Reeditado em 12/10/2022
Código do texto: T7570816
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