Recordação
Lembra-te de mim no entardecer que agoniza
À medida que a passarada lentamente silencia
E o total, tem um timbre de fascínio, de poesia,
Que acarinha a carminada flor, a refinada brisa.
Lembra-te de mim ao passo que o sol matiza,
No seu ardente deleite, com rúbea valentia
O céu azul capri, a superfície densa acaricia
Vai se pondo além dos terrenos de altamisa.
Lembra-te de mim no perfume que se emana
Dos cravos recortados, dos canteiros de cana,
Do leito em que só, agora e sempre, hiberno.
Lembra-te de mim silenciosa e a devanear…
E o dia morrendo entre a cordilheira e o mar,
Nas ondas do penar do amor intenso e eterno.