O MILAGRE DA VINDIMA (reeditado)
Hoje, Dia do Agricultor, republico este soneto como homenagem a todos aqueles que, com o seu suor produzem nosso alimento.
Em se tratando do nosso sertão,
Onde tudo está em estado puro,
Difícil dizer quem é o mais duro,
Se é o homem ou se é o chão.
Pois é desse barro que tira o pão.
Quando sai de manhã, ainda escuro,
Leva na mão calosa bem seguro,
O símbolo de sua servidão.
A enxada, velha amiga de guerra,
Que limpa e escava e prepara a terra,
Para o grande milagre da vindima.
E aquele barro vermelho escuro,
Para nos doar o fruto maduro,
Só requer a água, que vem de cima.
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Indo um pouco mais fundo, o amigo Piauiense Armengador me traz
esta bela interação.
FARTURA E BELEZA
Foi o que disse a Dom Manuel o Caminha,
Na carta em que lhe fez sobre o descobrimento,
-" Não se avexe bichim, cá temos provimento,
Para qualquer estação do ano que se avizinha.
Tem preá pra comer com cuscuz e farinha,
Tem siri com beiju de acompanhamento,
Montanhas, rios, praias, sol, um espavento,
Temos pirarucus, surubins e sardinha.
Nesta Terra de Santa Cruz não falta nada,
Romantismo, tem poesias e feijoada
E o céu noturno é lindo... lindo igual veludo.
Nossa felicidade a nada se compara,
É terra chã, que acolhe a quem por aqui para,
Também em se plantando, dar-se-á nela tudo."
PIAUIENSE ARMENGADOR DE VERSOS