O MILAGRE DA VINDIMA (reeditado)

Hoje, Dia do Agricultor, republico este soneto como homenagem a todos aqueles que, com o seu suor produzem nosso alimento.

Em se tratando do nosso sertão,

Onde tudo está em estado puro,

Difícil dizer quem é o mais duro,

Se é o homem ou se é o chão.

Pois é desse barro que tira o pão.

Quando sai de manhã, ainda escuro,

Leva na mão calosa bem seguro,

O símbolo de sua servidão.

A enxada, velha amiga de guerra,

Que limpa e escava e prepara a terra,

Para o grande milagre da vindima.

E aquele barro vermelho escuro,

Para nos doar o fruto maduro,

Só requer a água, que vem de cima.

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Indo um pouco mais fundo, o amigo Piauiense Armengador me traz

esta bela interação.

FARTURA E BELEZA

Foi o que disse a Dom Manuel o Caminha,

Na carta em que lhe fez sobre o descobrimento,

-" Não se avexe bichim, cá temos provimento,

Para qualquer estação do ano que se avizinha.

Tem preá pra comer com cuscuz e farinha,

Tem siri com beiju de acompanhamento,

Montanhas, rios, praias, sol, um espavento,

Temos pirarucus, surubins e sardinha.

Nesta Terra de Santa Cruz não falta nada,

Romantismo, tem poesias e feijoada

E o céu noturno é lindo... lindo igual veludo.

Nossa felicidade a nada se compara,

É terra chã, que acolhe a quem por aqui para,

Também em se plantando, dar-se-á nela tudo."

PIAUIENSE ARMENGADOR DE VERSOS

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 28/07/2022
Reeditado em 29/08/2022
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