Soneto à Fortuna
No canteiro deste jardim,
Cultivo sua palidez,
E sua boca carmesim
Recita sua timidez
Podo a sua avidez,
E minha insensatez
Omite meu deslumbre
E avulta meu vislumbre
Com o céu que se oportuna,
Alaranjado como fortuna
E você, pálida
Me acaricia o vulto,
Me atenua o amor oculto
Em sua palma cálida...