Revoltadas horas
Revoltadas horas de um relógio vadio,
Badalam agonias nas insónias.
Num amanhecer sempre tardio.
De batalhas desiguais e inglórias.
Sepultam-se versos inconsoláveis.
No passar da malditas horas
Demónios na fé se tornam frágeis
Na súplica daquela por quem oras.
Rasgo o véu sangrando as estrelas.
Bebo a cura do orvalho divino.
Adormeço a dor à luz das velas.
Então ajusto os ponteiros do destino
Jogo no incensário as salgadas lágrimas
Que pintas na ilusão das tuas telas.
Borboleta Raquel (in confidencias)