OLHANDO ABAPORU
A própria desproporcionalidade,
Onde corpo e membros tanto diferem,
Leva-nos a pensar: Dele nada esperem,
De sua intelectualidade.
Mínima cabeça, em disparidade
Com os grandes pés que os cactos ferem.
Fortes e longos braços, como preferem
Os que exploram sua humildade.
O cacto, com seus braços erguidos,
Como rezasse pelos oprimidos,
Mostra uma reação quase humana.
O Sol, queima sem dó a pele nua,
O corpo não reage, apenas sua,
E a boca abafa os gemidos.
RECOMENDO FAZER UMA VISITA À PÁGINA DO "FÓRUM DO SONETO", ONDE ESTE TEMA FOI ABORDADO PELOS MELHORES SONETISTAS DO NOSSO RECANTO.