OLHANDO ABAPORU

A própria desproporcionalidade,

Onde corpo e membros tanto diferem,

Leva-nos a pensar: Dele nada esperem,

De sua intelectualidade.

Mínima cabeça, em disparidade

Com os grandes pés que os cactos ferem.

Fortes e longos braços, como preferem

Os que exploram sua humildade.

O cacto, com seus braços erguidos,

Como rezasse pelos oprimidos,

Mostra uma reação quase humana.

O Sol, queima sem dó a pele nua,

O corpo não reage, apenas sua,

E a boca abafa os gemidos.

RECOMENDO FAZER UMA VISITA À PÁGINA DO "FÓRUM DO SONETO", ONDE ESTE TEMA FOI ABORDADO PELOS MELHORES SONETISTAS DO NOSSO RECANTO.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 22/07/2022
Reeditado em 28/07/2022
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