EM TRANSE
(Em forma de comentário ao soneto
CUPIDO, de Fernando Cunha Lima)
Levaste-me a esquecer a minha idade,
A transcender no tempo e a buscar
O Amor que estava lá... a hibernar.
Levaste-me à minha mocidade.
E a paixão, com o calor já esfriado,
Qual fogo de monturo ressurgiu,
Esquentando o coração que, aí, sentiu
Que aquele amor não tinha terminado.
Um arrepio de prazer atinge a alma
Deste corpo que reage, acordando
Da letargia que o havia dominado.
Os lábios, numa prece pura e calma,
Agradece por isso a ti, amando,
Este estado de transe inesperado.
Natal/RN
fevereiro de 2007