Santo Estêvão
Em um gesto de amor e reverência,
Estêvão se entregava como um lírio,
Queria ter de Cristo a resiliência
Nas horas derradeiras do martírio.
Durante aquela chuva de tormento,
As pedras perfuravam como espinho!
Por que sangrar em gesto violento?
Que vale se expandir pr'outro caminho?!
A luz incandescente repousava
No peito consumido que exortava
As formas mais sublimes de passar!
Exangue, machucado, em seu martírio,
Transforma cada rocha num colírio,
Grafando, com clareza, o verbo amar.
* Da coletânea "Oratório Poético" do Instituto Horácio Dídimo.
* Presente também na antologia "Escola Revivalista".