L’œil de la nuit
(A Stephanie Martins)
Dos altos telhados do mundo fiz meu lar:
Sem nada nem ninguém para me divertir,
Quando a noite vem sobre a cidade cair
Meu único prazer é – te observar.
Observo-te a sorrir e a chorar;
Observo-te a chegar e a partir;
Observo-te a comer e a dormir
Mas você mesma nunca pode me avistar.
Um dia haverei de apanhá-la no ato
E roubar-lhe-ei um beijinho, insolente,
Com a amorosa languidez de um gato…
Mas por ora me escondo, e, secretamente,
Com a cautelosa timidez de um gato
A observo – e imagino tão somente.