A Henrique Armelin

Nada compreendo daquilo que fala –

E acho pouco provável vir a compreender.

Eu nada fiz da vida fora escrever

E orar por coragem para encerrá-la.

Pouco me importo com aquilo que fala;

Com as modas du jour que tenho eu a ver?

Só me apetecem duas coisas: escrever

E em meu crânio, um dia, enfiar uma bala.

Mas, longe de achá-lo totalmente mau,

Pelo seu bom gosto o quero cumprimentar:

Não amamos à mesma mulher, afinal?

Siga-lhe sendo, então, um marido exemplar,

E possa eu sobre ela escrever – cada qual

Cumprindo sua obrigação em seu lugar.

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 10/07/2022
Código do texto: T7556476
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