DESPEÇO-ME! /
DESPEÇO-ME!
(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=08/julho/2022)
Despeço-me! chegou a hora
de viajar para o desconhecido,
deixar esse trajeto percorrido,
nada levar, sozinho ir-me embora!
Despeço-me! do pouco que plantei, colhi,
vi florescer e crescer com abundância,
mas fui traído, talvez pela ganância
e os desacertos com os quais eu convivi.
Despeço-me! não há pompa nessa causa;
a hora é essa, já não há mais pausa,
apenas deixe que eu viaje em paz.
Despeço-me! na minha ausência infinita
plante e faça que cresça bem bonita
uma roseira onde o meu corpo jaz.