Soneto de negação
Decerto, nessa vida, tudo passa...
Passa o tempo, a coragem e a saúde
Passa o viço, a beleza e a juventude
Finda a inocência, a coragem e a graça.
E o fim da vida iguala-se à desgraça
Ninguém aceita o devir da finitude
Nem nega o pavor da vicissitude
E os caprichos do destino que abraça
Não procura alcançar maturidade
Mas atender o padrão da vaidade
Disfarçando o temor da solidão
Ante a não aceitação da realidade
Põe-se a negar a própria identidade
Pra viver disperso na imensidão.
Adriribeiro/@adri.poesias