Outsider

(A Marcos Andrada)

O portal do Parnaso nunca me é fechado:

A meu bel-prazer o posso atravessar.

Aos seus poetas todos posso avistar

E até de um ou outro tomar emprestado.

Nenhum segredo há que me seja vedado –

As Musas vêm, quando as chamo, me inspirar

E após mil versos burilar – riscar – limar –

Há quem me diga que gostou do resultado.

Uma voz em meu ser porém grita: “Ladrão!

Frequenta um meio ao qual nunca vais pertencer!

És um marginal!” E talvez tenha razão;

Mas, por bem ou por mal, preciso escrever,

Portanto escrevo – sem saber se é certo ou não,

Mas com a certeza de que o devo fazer.

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 06/07/2022
Código do texto: T7553909
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