A Heres
Vá, sol, aquecer abruptelas,
Bem lá, n’outra face do mundo
E deixe-me aqui moribundo,
Beijar da noite os lábios dela.
Eu não almejo a fina donzela,
E sim o abomínio, imundo...
Meu abjeto bar vagabundo
E as ênias bundas da favela.
Ouvindo o pertúrbio das aves,
O estentor caótico do dia
E suas desalinhadas claves,
Hei de procurar meu abrigo
No escuriço d’alcova fria
Bem onde é enervada sua face.