Quando despreza-me e, cruel, me ignora
Sinto em minh'alma a dor do seu desdém
Quero alto reclamar mas não convém
Choro escondida outra vez e não imploro
Canto o amor feito um pássaro canoro
Pra dedicá-lo a você e a mais ninguém
E ainda que, hostil, despreze-o também
Para que se sinta amado eu sempre oro.
Não tem mácula, esse afeto, ou interesse
E já era teu antes que eu te conhecesse
Mesmo que ele não tenha utilidade
Se o renegas, mais o põe em evidência
Faz-me escrever com maior insistência
Estes poemas de esperança e saudade.
Adriribeiro/@adri.poesias