BOTE SERENO...
Insistes insana na vil cadência,
De que em algum dia me amou,
Como se em mim aja resistência,
Do veneno que em mim inoculou.
Não és serpente nesse emblema,
E vítima desse bote eu não sou,
Embora confesse em dilema...
Que por vezes a cegueira me causou.
Acredito que do mal que padeci,
Nas vertigens e loucura que fiz,
Também me defendi com veneno.
Pois reconheço que em cada cicatriz,
Sabia o que viria e assim mesmo as quis,
Como quem da noite espera o sereno.