Do Estrago
Traguei o último cigarro do maço
Ruminando os abraços que amei
Saboerando os lábios que beijei
Cada trago: amasso e estrago
Joguei a guimba ainda acesa no cinzeiro
Julguei que do passado só restam cinzas
Que se dissipam como gás de isqueiro
Que de tanto acender, já nem risca
A fumaça ainda resfolegava no ar
Antes de se sumir como nau em alto mar
Deixando para trás, no cais, o prometido amor
O tabaco, a goia, a brasa, o prazer fugaz:
Descarta o beijo que já não sacia mais
E troca a marca, o peito - por uma nova dor...