Pesadelo
Vejo-me efêmera, na vã procura
Pelo verso puro e evanescente...
De angústia infinda, vazio de ternura,
Disperso e ressoando em minha mente.
Eis que irrompe a noite - e tão violenta! -
E traz consigo a escassez da palavra.
Qual misteriosa assombração magenta,
Vem, invade meu peito e o escalavra.
Pseudo morte a que no ar me lança
- Sopro noturno de desesperança
E de obscuridade - vil desalento.
Mas, dentro de mim, renasce a criança.
E, de tanto sentir, perco-me ao vento,
Planando, ao encalço do esquecimento.