SPIRIT . . .
Não eras assim, amor de minha insolúvel existência!
Hoje olho te como quem vê a própria imagem inata,
Sabedor que a vida não mais a mim faz referência...
Apenas, de longe, te admira, e para ti faz serenata!
No outono ou na primavera... São flores que se vão,
E nas pétalas gravadas estão, teu nome, teu aroma...
Era inverno e nós dois ali, aquecidos, à beira do vulcão,
Lembra-te disso, amor de meus temores, eu de redoma!?
Em silêncio, tudo ao nosso redor, apenas da lágrima o cair
Nas folhas secas, o estrondo sepulcral da minha e tua dor...
Depois, as lavas, como um vermelho mar, a correr e partir!
Espirito de luz que hoje me alucina e comove tanto, flor...
Tristeza que me invade a alma, amanhecer que não terei
Nunca mais... E o sorriso que se desfez! Deus, morrerei.
Poeta Camilo Martins
Aqui, hoje, 17.03.2015
20h20min [Noite]
Estilo: Soneto