A JANELA E A RUA
Imagino: A janela é um espelho,
Mas a alegria que existe ali,
É o reverso do que sinto aqui,
Mesmo quando me visto de vermelho.
Meu filho disse, ainda fedelho,
No entanto, já pensando por si,
Em belos versos que ao tempo ouvi,
Como quem me pedia um conselho:
“Eu fecho a janela e torno a abrir,
Pessoas passam lá fora a sorrir,
Porém o mundo que gira aqui dentro,
Não é o mesmo que eu vejo lá.
Eu saio de casa. Retorno. Entro.
Rua é só rua se ela não ‘stá.”