ENGANO

A sorte separou nossos olhares

Desertos semeou pelo futuro

Opostos, nos dividem velhos muros

E sempre irrespiráveis outros ares...

O AMOR jamais foi ponte para nós

Foi tudo mas também nosso veneno

Jamais nos permitiu o olhar sereno

Minou nossa alegria, o sonho empós...

Por certo mereceu nosso desprezo

Algoz não foi deleite, só um peso

E condenado ao fim, morreu vazio...

Distantes nos tornamos sem um pio

Atrás de uma ilusão, que passageira

Pensando ser o amor, foi brincadeira.