QUARTA-FEIRA MAGRA
(Interação ao poema QUARTA-FEIRA, do poeta
Herculano de Alencar)
Também queria escrever o que seja,
Mas a cuca não ajuda, e então,
Aceito o que vier do coração,
Que sempre me deu tudo de bandeja.
Todas as quartas eu saio de casa,
Vejo pessoas tomando cerveja,
Enquanto eu, fico no ora veja,
Comendo o cheiro da carne na brasa.
Rio amarelo e sigo em paz.
Com o passo mais largo que sou capaz,
Tropeço nas pedras da avenida.
O coração, vez em quando acelera.
É sempre assim quando vejo a galera,
Afogando as tristezas na bebida.
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QUARTA-FEIRA
Às quartas-feiras não saio de casa!
E quando saio, vou comprar cerveja,
Ou vou especular o que deseja
O fogo do carvão, que está em brasa.
Me ponho a escrever o quer que seja,
Que me venha à cabeça, ou então
Aquilo que vier ao coração,
Pois que o coração, em mim, sobeja.
Então, rio de mim e dos demais:
Os novos e antigos comensais,
Que têm de trabalhar na quarta-feira.
E ponho mais um verso no poema,
E ouço a “Garota de Ipanema”
Enquanto o sol aquece a churrasqueira.
Herculano Alencar