QUARTA-FEIRA MAGRA

(Interação ao poema QUARTA-FEIRA, do poeta

Herculano de Alencar)

Também queria escrever o que seja,

Mas a cuca não ajuda, e então,

Aceito o que vier do coração,

Que sempre me deu tudo de bandeja.

Todas as quartas eu saio de casa,

Vejo pessoas tomando cerveja,

Enquanto eu, fico no ora veja,

Comendo o cheiro da carne na brasa.

Rio amarelo e sigo em paz.

Com o passo mais largo que sou capaz,

Tropeço nas pedras da avenida.

O coração, vez em quando acelera.

É sempre assim quando vejo a galera,

Afogando as tristezas na bebida.

===========================================

QUARTA-FEIRA

Às quartas-feiras não saio de casa!

E quando saio, vou comprar cerveja,

Ou vou especular o que deseja

O fogo do carvão, que está em brasa.

Me ponho a escrever o quer que seja,

Que me venha à cabeça, ou então

Aquilo que vier ao coração,

Pois que o coração, em mim, sobeja.

Então, rio de mim e dos demais:

Os novos e antigos comensais,

Que têm de trabalhar na quarta-feira.

E ponho mais um verso no poema,

E ouço a “Garota de Ipanema”

Enquanto o sol aquece a churrasqueira.

Herculano Alencar

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 24/06/2022
Código do texto: T7545074
Classificação de conteúdo: seguro