Soneto do inesperado
Eu não serei aquele que anseia,
tampouco então aquele que aguarda,
deixarei livre minha alma no nada
para que a vida me traga a surpresa.
Não me esconderei do que me for tristeza
e nem hei de parar, mesmo a mente cansada,
nem com o tempo tardio, ou a vista cegada,
ainda assim levarei bem no fundo a certeza.
De que tudo na vida é imprevisível,
seja o bem ou o mal, a chegada ou a fulga,
o início ou final, seja aquilo que for.
O que toma de assalto, sendo prazer ou dor,
o momento que move, que ensina, que assusta
é um tanto mais forte, e bem mais bonito.