No pé da catingueira
Quando em silêncio estou em paz contigo,
visito a escada antiga do passado,
perambulando sobre o chão gretado
de um coração sedento sem abrigo.
Tu pelejavas sempre em meu costado,
investigando as tramas do inimigo;
e eu embolado no meu próprio umbigo,
dormindo à espera de ser despertado.
E quando achei o rastro do castigo,
juntando contas soltas na ladeira:
esquadrinhaste o palmo do caminho (!)
Mas enxugaste o pranto, velho amigo,
quando eu chorei no pé da catingueira...
Veio pousar do lado um canarinho.
(17/6/2022)