No pé da catingueira

Quando em silêncio estou em paz contigo,

visito a escada antiga do passado,

perambulando sobre o chão gretado

de um coração sedento sem abrigo.

Tu pelejavas sempre em meu costado,

investigando as tramas do inimigo;

e eu embolado no meu próprio umbigo,

dormindo à espera de ser despertado.

E quando achei o rastro do castigo,

juntando contas soltas na ladeira:

esquadrinhaste o palmo do caminho (!)

Mas enxugaste o pranto, velho amigo,

quando eu chorei no pé da catingueira...

Veio pousar do lado um canarinho.

(17/6/2022)

J C B Camerini
Enviado por J C B Camerini em 17/06/2022
Reeditado em 05/08/2022
Código do texto: T7539952
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