Quase Inverno

Manso arde finita tarde quase invernal

Lembra o poeta que canta a tarde em Itapuã

Longe de lá, estou cá em terra natal

Silêncio e calmaria, brisa fria e sorte vã

Entre os montes deita o Sol e repousa o mal

Rendida é a mordida à procura da maçã

Noite de trevas e desejo marginal

Quase inverno, quase inferno, qualquer divã

Tudo que antes ardia agora é vento frio

A lembrança do fogo é que desafia o brio

E o gelo queima assim como queima o calor

A brecha é uma armadilha para o arrepio

Gélido o não toque que traz o calafrio

Quase inverno, quase inferno, outono indolor