Ruínas

Ruiu o meu palácio de quimera

como se fosse erguido sobre a areia.

Guardar as suas torres eu quisera,

mas fui vencida em lutas à mancheia.

Perdi no mar a esplêndida galera

e as suas ondas tive por cadeia.

No escombro do palácio cresce a hera,

a água rugiu à luz da lua cheia.

Perdi o meu rubi, o meu brilhante,

minha tiara, a joia cintilante,

perdi o fio de ouro e a flava espada...

Queima meu lábio em súplicas e rogo...

Arde minha alma em brasa viva e fogo...

Fito perdida as minhas mãos no nada!

De Jacó Filho:

MOSAICOS DE MIM

Despertou-me o mágico canto dos pássaros,

Levando-me em transe pra minha juventude,

A ver em sonhos, quão clara são as finitudes,

Com grande lucidez, vindos em fleches raros...

Paguei por dignidades, que chegam no vento.

Apagando memórias, por conter discordância,

Sobras que das dores, relembram da infância,

A luz que foi meu guia mas a perdi no tempo.

Quando me via ao Sol a cada vez que se pôs;

Vinham gotas d'ouro minhas rugas umedecer;

Pra ver se no tempo, com dons pra interceder,

Manter-me-ia jovem, tal em mente, recompôs...

Quase negando Deus, quis pra Vida, Renascer,

Gestado em versos, mosaicos, dum Nobre Ser...

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 15/06/2022
Reeditado em 29/06/2022
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