SONETO A PERFÍDIA...
Seria triste se não fosse a primazia,
Do amor quando finda em agonia,
Ainda seivar a saudade e melodia,
No olhar de alguém ver a fantasia.
É o doce que amarga o sol no dia,
Espanta o sono, sonho em desídia,
Ruminando a mente que entedia,
O corpo que ainda chora a sintonia.
E lembrar os lábios em perfídia,
Noutros, em gesto que me lia,
Enquanto minha alma se perdia.
Assim, Jaz o fogo que me ardia,
Melhor a dor cedo a que a tardia,
Por entender aonde tudo isso iria.