BENDITA ÉS TU, PALAVRA

Bendita és tu, palavra, saboroso alimento,

Qual dourado mel que do favo escorre;

Às vezes, nossa arma. Noutras, ferimento,

Ou, último suspiro de um poeta que morre.

De um poeta que morre, és tu, palavra,

Vela acesa a iluminar o rosto e o leito;

És caça ou presa. Ou então, densa lava,

Que sangra do coração e escorre no peito.

Bendita és tu, palavra. Nunca és maldita,

És o código que d'uma fogueira crepita,

Reflexo do sentimento que a alma afeta;

Bendita és tu, palavra. És quente ou fria,

És flor , ou és fruto que alimenta e sacia,

A depender da estação que vive o poeta.

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 07/06/2022
Reeditado em 16/06/2022
Código do texto: T7532996
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