O Caminhar
Caminha sem parar na linha do infinito,
Vê como se angustia então esse aventureiro
Que é o pensador, esse que destrói o mito...
Num inglório vagar... Lutando num nevoeiro.
Ruge a desintegrar o monte de granito
Em seu peito que, a arder, transmutou-se em coveiro.
Observa o lumiar do Cosmo, tão bonito!
É lá, no céu sem fim, que se encontra o roteiro...
Um duro caminhar juntamente à morte
Espera o pensador, mas nela está a vida;
Vai ele filosofar, tratá-la por querida.
Pode regozijar, posto que está mais forte...
Deve então prosseguir, embora demolido,
A experienciar o enigma — enternecido.