Sonho Sinistro
Passo, ainda de noite, pela aldeia,
Faz muito frio e o céu está nublado.
A mesa posta aguarda meu cuidado...
Ali haverá uma grande ceia.
Um a um deixará sua cadeia
Para fartar-se. Cada condenado
Pediu, porém, um vaso enfeitado
Com flores sobres as quais o céu pranteia.
Minha missão... Subo o morro e o receio
Não me vem... Atravesso uma gruta...
Mas o campo é que vejo com enleio!
Após uma escalada longa e bruta,
Não acho ali as flores que eu anseio,
Porém o amargo brilho da cicuta.