Sonho Sinistro

Passo, ainda de noite, pela aldeia,

Faz muito frio e o céu está nublado.

A mesa posta aguarda meu cuidado...

Ali haverá uma grande ceia.

Um a um deixará sua cadeia

Para fartar-se. Cada condenado

Pediu, porém, um vaso enfeitado

Com flores sobres as quais o céu pranteia.

Minha missão... Subo o morro e o receio

Não me vem... Atravesso uma gruta...

Mas o campo é que vejo com enleio!

Após uma escalada longa e bruta,

Não acho ali as flores que eu anseio,

Porém o amargo brilho da cicuta.

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 04/06/2022
Código do texto: T7530725
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.